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  • Publicado por: Pokémon History 05/01/2012


                                        
    Introdução:

    Não deixa de ser curioso o fato de que após milhares de produtos licenciados, vendidos e exportados para todo o planeta, grande parte dos fãs de Pokémon não sabem que o início de tudo se deu em um videogame meio despretensioso para o console portátil Game Boy da Nintendo, no já longínquo ano de 1996.

    O Criador:
                                 
    Seguindo um caminho contrário das normas estabelecidas pela sociedade nipônica, Satoshi Tajiri, futuro criador dos pequenos monstrinhos, não quis entrar na faculdade e passava a maior parte do seu tempo dentro dos Arcades (fliperamas). Volta e meia recusando os empregos que seu pai lhe arrumava, acabou fazendo um curso técnico de apenas dois anos, quase na mesma época que Bill Gates largava a Universidade de Havard para se dedicar a Microsoft. Realmente nem sempre o que nos dizem ser o certo de fato é o nosso melhor caminho.
    No início da década de 1980, antes de completar vinte anos, Tajiri resolveu criar um fanzine (doujinshi) sobre o videogame que ele mais gostava nos Arcades.
    Era a época de ouro dos fliperamas, que recebiam a todo o momento revolucionários jogos como Space Invaders (jogo preferido de Tajiri), Pac-Man, Donkey Kong (primeira criação de Shigeru Myiamoto), entre outros.
    Atrvés do fanzine, que se chamava GameFreark, Tajiri conheceu Ken Sugimori e ambos começaram a experimentar a criação de videogames, participando de concursos e procurando fazer seus próprios jogos.
    O fanzine, que era escrito a mão e depois fotocopiado, chegou a ter tiragens de 10 mil exemplares.
    A partir de 1985, com a crescente popularidade do Famicom da Nintendo (lançado como NES no Ocidente) e a explosão de Super Mario Bros., Tajiri resolveu focar seus esforços e criar algo novo para o aparelho.
    Depois de três anos de trabalho, Tajiri e Sugimori lançam em 1989 o jogo Quinty para o Famicom, atraves da agora empresa GameFreark e em associação com a gigante Namco (criadora de jogos como Pac-Man e Galaga). Quinty, um jogo com variações em apenas um tela, tem um longínqua semelhaça com Bomberman e obteve um relativo sucesso, sendo inclusive lançado nos Estados Unidos pela Hudson Soft com o título de Mendel Palace.
        
                                   

    Surge a Idéia:
                                                 
    Agora era hora de Tajiri partir para o seu próximo projeto, e sua atenção foi capturada mais uma vez por um produto da Nintendo, desta vez o Game Boy é até hoje o console mais vendido de todos os tempos, ultrapassando a marca de 120 milhões de unidades se contarmos também o Game Boy Color. Com uma visão comercial acima da média, a Nintendo oferecia junto com a primeira versão do aparelho com um dos jogos mais viciantes da história, Tetris, e com isso conquistava um amplo mercado de consumidores. Basta vermos que em qualquer camelô encontramos variação de Tetris como minijogo a preço irrisório, logicamente daqueles feitos com mão-de-obra escrava da China.
    Com a utilização de um cabo era permitido conectar um Game Boy com o outro, inclusive para a troca de dados, e alguns jogos já tentavam usar esse potencial. Tajiri, ao olhar para esse cabo de conexão, imaginou diversos insetos indo de um lado para o outro do cabo, alcançando os Game Boys. A ideia de Pokémon começava a tomar vida. Tajiri imediatamente lembrou-se de um hobby seu de infância, que era colecionar insetos. Seus amigos de escola inclusive colocaram seu apelido de Dr. Inseto saía pelas ruas e arredores da cidade atrás de besouros e outros bichinhos do tipo, colocando suas mãos no fundo de rios e em poças de lama. É interessante lembrarmos que foi através de experiências parecidas que Shigeru Myiamoto teve a idéia de criar The Legend of Zelda, ao também lembrar de sua infância onde explorava cavernas e pequenas florestas.

       Tajiri então começou a esboçar a noção de que o objetivo do jogo seria o de coletar diversas criaturas distintas, e que esse jogo deveria usar de forma inteligente o cabo de conexão do Game Boy. Ao levar sua idéia para a Nintendo, com Sugimori tendo desenhado todas as criaturas, acabou recebendo luz verde para criar o jogo, com o nome provisório de Capsule Monsters.

       O jogo esteve em desenvolvimento durante cinco anos, um período bem longo até para os padrões atuais, e teve o nome alterado para Pocket Monsters . A empresa GameFreak passou por todos os tipos de dificuldades, inclusive tendo demissões em massa, já que praticamente ninguém acreditava no sucesso do projeto e o dinheiro estava cada vez mais escasso. O próprio Game Boy agora estava em declínio. Em 27 de fevereiro de 1996, duas versões do jogo, Red e Green são lançadas no Japão junto com uma série semanal de quadrinhos na revista infantil Koro Koro Comic. No mangá, é bom notarmos, o mascote original era o Clefairy (aquela bolotinha rosa).

       A mecânica do jogo:
                                       
       A história gira em torno de um menino que vive em um mundo onde os jovens saem de casa cedo para se tornarem treinadores de pokémons. O treinador deve coletar o maior número desses monstrinhos e colocá-los para lutar contra os monstros de outros treinadores. É claro que essa semelhança com a briga de galo já provocou inúmeros debates acalorados. Não custa lembrar que a briga de galo é popular em diversos países e a discussão é global. Porém, este não é um ponto a ser tratado em nosso texto. A mecânica utilizada é a de um RPG onde as criaturas vão evoluindo e ganhando experiência a cada batalha, aumentando com isso a força e o prestígio de seu treinador, que adquire insígnias (medalhas) para provar sua habilidade.
                               
       O que é revolucionário em termos de execução, é que se os jogadores quisessem ter os 151 pokémons do jogo, eles teriam que comprar ambas as versões, ou, o que é muito mais interessante, conectar com outro Game Boy e trocar pokémons com os amigos. Por causa do colecionar e do explorar, o jogo definitivamente não termina quando o jogador consegue ser o treinador supremo (através das insígnias) e vê os créditos aparecerem. Sempre haverá mais batalhas e mais possibilidades de encontrar aqueles pokémons que faltam para preencher sua agenda, a Pokédex. Poucos videogames se dão o luxo de terem horas e horas de jogabilidade com objetivos tão cristalinos e extensos.

       Poder dar qualquer nome ao personagem principal do jogo e também aos pokémons adquiridos com certeza fez o jogador se sentir mais próximo e mais identificado com o mundo construído dentro do cartucho. Pokémon não foi criado para representar uma tecnologia avançada da época, bem retratada em jogos como Super Mario 64, Tomb Raider e Diablo. Longe disso, possuía apenas quatro tons de cinza, era em duas dimensões (2D) e com um visual bem cartunístico. Talvez seja por isso que fascinou e encantou as crianças, que ao verem esse abstracionismo conseguiam mais facilmente se transportar para dentro do Game Boy, preenchendo os espaços vazios com sua imaginação.

       Está claro que Tajiri não fez o jogo com a certeza de que se tornaria um fenômeno mundial. A Nintendo não havia planejado nenhum investimento fora do normal. Geralmente produtos que visam o sucesso rápido e para as massas são bem artificiais e desprovidos de profundidade, o que de fato está longe de ocorrer com o primeiro videogame do Pokémon (os produtos subsequentes já é uma outra história).
       
       O Sucesso vem quando menos se espera:

       Devagar, o inesperado foi acontecendo. Nos dois primeiros meses, que é geralmente o período onde os jogos tem seu maior percentual de vendas, Pokémon não foi um sucesso estrondoso. Porém, a propaganda boca a boca fez com que o jogo continuasse vendendo durante o ano a quantidades cada vez maiores.
       
       É esclarecedora a declaração de Yasuhiro Minagawa, diretor de comunicações da Nintendo: "A quantia do carregamento inicial foi de apenas 200.000 unidades ou algo assim - felizmente, nós conseguimos vender todas as cópias. Então recebemos um pedido adicional de 100.000 e depois outro também de 100.000. No final de 1996, nós atingimos a marca de um milhão. Então ficamos muito satisfeitos. Mas originalmente pensávamos que era um produto de apenas um carregamento."

       A Nintendo, que não havia feito muita propaganda em torno dos monstrinhos até então, começou a perceber um imenso potencial prestes a explodir e começou a lançar diversos produtos com a marca Pokémon, iniciando uma nova franquia. Logicamente não poderia deixar de fazer um desenho animado, que foi lançando um ano após o jogo, agora colocando como mascote principal o elétrico Pikachu.

       A conquista do oeste:

       Com o sucesso da franquia estabelecido no Japão, o momento era de migrar para o ocidente. A Nintendo cuidadosamente planejou com antecedência a invasão Pokémon nos Estados Unidos, algo bem diferente do que tinha acontecido em seu país natal. Gail Tilden, que trabalhava na área de marketing da revista Nintendo Power foi recrutada para coordenar o projeto.

       Infelizmente, no final de 1997, centenas de crianças japonesas tiveram ataques epiléticos ao assistirem a um episódio do anime, causando uma imensa publicidade negativa que suspendeu a produção do desenho por quatro meses. A atenção mundial tinha sido capturada de uma forma desagradável e no momento extremamente crítico de lançamento. A saída, agora lendária nos círculos de propaganda e marketing, foi simplesmente reduzir o nome original Pocket Monsters. A CNN, a BBC, a TIME haviam noticiado a epilepsia provocada por Pocket Monsters, não por Pokémon. Esse, ninguém tinha ouvido falar. O caminho estava novamente aberto.

       O anime foi lançado pela Warner direto no seu espaço infantil mais privilegiado, o sábado de manhã. O desenho foi feito para ser um mukokuseki, ou seja, desprovido de nacionalidade. Porém, claramente tinha a marca e o tipo de animação japonesa. Uma geração inteira cresceu assistindo e percebendo aos poucos que o desenho mais popular dos Estados Unidos era de fato japonês e carregava inúmeros valores culturais desse povo. Basta fazermos uma pequena pesquisa local para percebermos o interesse despertado na cultura japonesa tanto pelo jogo quanto pelo anime. E essas crianças não assistiam e jogavam o Pokémon apenas porque era japonês, como acontece hoje quando procuramos um videogame ou anime novo. A esmagadora maioria nem sabia de início a real origem de Ash e companhia.

       Altas Vendagens:

       As duas primeiras versões norte-americanas do game, Red e Blue, foram lançadas nos EUA em 30 de setembro de 1998, vendendo logo nas duas primeiras semanas 200.000 unidades. Diversos outros jogos sobre o mundo Pokémon foram surgindo e continuam sendo feitos até hoje. Para se aproximar mais do anime, foi criado o Pocket Monsters Pikachu (Pokémon Yellow no ocidente), que além de trazer algumas melhoras dava mais destaque ao popular mascote, colocando-o para seguir o jogador em todos os momentos. Teve venda recorde de 600.000 unidades nos primeiros sete dias apenas nos Estados Unidos. Com o lançamento do Game Boy Color, o recorde novamente é quebrado quando Pokémon Gold e Pokémon Silver vendem surreais 1.400.000 cópias em apenas uma semana.

       Na lista das franquias com maior número de games já vendidos até hoje, Pokémon ocupa a segunda posição com 155 milhões de unidades. Para efeito de comparação, o líder ainda é Mario, cujos jogos já alcançaram 193 milhões de cópias vendidas e o terceiro lugar cabe a série Final Fantasy com 68 milhões. Naturalmente, todas as plataformas da Nintendo vem recebendo nos últimos anos jogos ambientados no mundo de Pokémon, apesar de uma redução de impacto normal e prevista.

       Ponte Cultural:

       É fundamental notarmos que essa relação de intercâmbio que o ocidente vem cultivando com o Japão, de certa forma recente nas artes, animação e quadrinhos (com notáveis exceções como Akira Kurosawa), existe intensamente nos videogames desde 1978 com o lançamento de Space Invaders pela Taito. Os japoneses tem de fato tanta ou mais importância para o crescimento e desenvolvimento dos jogos eletrônicos em geral quanto os norte-americanos. No mundo dos games, inacreditavelmente jogava-se o tempo inteiro jogos de origem japonesa sem a maioria possuir a mínima noção disso. Final Fight, Street Fighter, Pac-Man, Super Mario Bros., Frogger, Castlevania, Metal Gear, Winning Eleven, Galaga, Altered Beast, Sonic, entre inúmeros outros.

       O sucesso de Pokémon nos EUA é um caso à parte e especial pelo que conseguiu realizar. Restam poucas dúvidas de que Pokémon é o maior produto da cultura popular japonesa já exportado para o ocidente. Hoje, parece mais difícil imaginarmos isso e é inclusive difícil de acreditar, mas esses monstrinhos tem uma participação imensa no crescente intercâmbio cultural entre o ocidente e o oriente que estamos experimentando no início do século XXI.
                       
       Claro que o apelo de Pokémon é limitado. É uma franquia destinada a crianças, apesar dos videogames não sofrerem muito dessas limitações (se o jogo for bom todo mundo joga), mais ligadas ao desenhos e aos quadrinhos, onde os temas infantis não chamam muito a atenção dos adultos. A principal consequência de toda a paranóia criada em torno de Pokémon foi a abertura de mais e mais portas entre a cultura ocidental e a japonesa. Só por isso já tem um valor inestimável. E agora sabemos, tudo começou com um videogame.

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